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The original was posted on /r/portugal by /u/PrestigiousLoan9702 on 2025-07-03 11:20:30+00:00.
Segundo os documentos financeiros do festival Tribeca, a Impresa teve de pagar 750 mil dólares pelos direitos do evento e foi esse valor, em euros, que teve de ir buscar. Acabaria por conseguir 500 mil da câmara de Lisboa e 250 mil do Turismo de Portugal, tutelado pelo ministério da Economia. Ou seja, na prática, foi o Estado português a pagar o fee do festival da Impresa/SIC.
Os documentos solicitados pela SÁBADO a estas entidades – um processo que durou mais de nove meses devido à resistência destas de fornecerem esta informação – dão um vislumbre de como o processo decorreu para que a Impresa/SIC tivesse obtido tanto dinheiro para um festival de apenas dois dias e que esteve longe do impacto que anunciava.
O festival teve um prejuízo de 360 mil euros, segundo o Relatório de Execução Financeira, – as receitas foram de €1.464.374 e as despesas de €1.825.168. Se não tivesse tido o apoio público de 750 mil, o evento teria dado um prejuízo ainda maior, superior a 1 milhão de euros.
Quanto à referida Associação Turismo de Lisboa (ATL), que contribuiu com 250 mil euros para o Tribeca, é uma associação que promove e explora o turismo na Grande Lisboa. Junta empresas privadas e a câmara de Lisboa, que preside sempre à associação – no caso, por Carlos Moedas. É fortemente financiada com dinheiros públicos (com subvenções e receitas da exploração de equipamentos públicos).
A ATL enviou-nos documentos e emails sem truncar os nomes. É através desses emails que é possível ver o gabinete de Carlos Moedas a instruir a Impresa/SIC sobre como pedir o dinheiro. Em três semanas, e com a intermediação do gabinete de Carlos Moedas, o assunto ficou resolvido. Um cenário muito diferente do que se passou, por exemplo, com o DocLisboa, evento de cinema que em 2024 arrancou a 22ª edição na mesma altura do Tribeca, mas sem receber apoio financeiro da câmara (que desde 2017 era de €100 mil anuais). A Apordoc, organizadora, disse na altura que solicitou “por diversas vezes reunião com o gabinete” de Carlos Moedas, para resolver o problema do financiamento, mas “nunca obteve qualquer resposta”.
https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/como-moedas-ajudou-a-sic-a-ir-buscar-500-mil-euros